Neste artigo, vamos explorar de forma acessível as diferenças entre XDR e SIEM, mostrando como essas soluções podem se complementar. Vamos também discutir por que, apesar das vantagens do XDR, o SIEM continua sendo uma parte fundamental da estratégia de segurança de uma organização.

Para compreendermos melhor a relação entre XDR e SIEM, é crucial analisarmos seus papéis e suas diferenças fundamentais. O SIEM é uma solução consolidada, focada principalmente na coleta, correlação e análise de dados de segurança de várias fontes. Sua eficácia reside na detecção de padrões suspeitos e eventos de segurança que podem indicar uma ameaça em potencial. Por outro lado, o XDR representa uma abordagem mais avançada e abrangente, que vai além da detecção e resposta tradicionais, integrando múltiplos pontos de detecção e oferecendo uma visão mais ampla das ameaças.

O Papel do SIEM:

O SIEM é o ponto onde todos os logs se encontram

O SIEM desempenha um papel fundamental na infraestrutura de segurança cibernética de uma organização, atuando como uma peça central na detecção e resposta a incidentes. Sua capacidade de coletar, correlacionar e analisar dados de segurança de diversas fontes permite identificar padrões de comportamento suspeitos e eventos de segurança que podem indicar uma ameaça em potencial. Essa análise é essencial para gerar alertas precisos e acionáveis para a equipe de segurança, permitindo uma resposta rápida e eficiente a ameaças em evolução. Quando me perguntam, eu costumo falar que ele é um detetive cibernético incansável e sempre alerta.

Limitações do SIEM:

Alertas do SIEM exigem olhos humanos para análise.

Embora o SIEM seja uma ferramenta essencial na detecção e resposta a ameaças cibernéticas, ele também apresenta algumas limitações que podem impactar sua eficácia.

Uma das principais limitações do SIEM é o grande volume de alertas que pode gerar. A coleta de dados de várias fontes e a correlação desses dados podem resultar em alertas falsos ou irrelevantes, o que pode sobrecarregar a equipe de segurança e dificultar a identificação de ameaças reais. A ferramenta requer intervenção humana para analisar os alertas, determinar a gravidade das ameaças e decidir sobre as medidas de resposta adequadas.

Além disso, o SIEM pode ter dificuldade em correlacionar eventos em tempo real. A análise de eventos históricos pode ser eficaz na identificação de padrões de ataque, mas pode não ser suficiente para lidar com ameaças em tempo real que exigem uma resposta imediata. Toda vez que um alerta é gerado, estamos olhando para o passado.

Outra limitação está relacionada à escalabilidade. À medida que a quantidade de dados de segurança aumenta, a solução pode enfrentar dificuldades em lidar com o volume cada vez maior de informações. Caso ainda não saiba como funciona a pipeline de eventos em um SIEM, pense que todo log que chega é preciso analisar a estrutura do payload, buscar pontos importantes, endereçar para um perfil, realizar as extrações necessárias e redirecionar para um banco de dados. Quanto maior a quantidade de estruturas e propriedades diferentes, maior a necessidade de memória e processamento. Caso os recursos sejam escassos, teremos atrasos na detecção e resposta a ameaças.

O Papel do XDR:

Ampliando a visão e automatizando a resposta às ameaças.

O XDR oferece uma abordagem mais integrada e abrangente à detecção e resposta a ameaças, integrando dados de várias fontes, como endpoints, servidores, e-mails e nuvem. Ele utiliza análises avançadas e inteligência artificial para identificar e correlacionar eventos suspeitos em toda a rede, proporcionando uma visão mais ampla e contextualizada das ameaças.

Uma das suas principais vantagens é a capacidade de automatizar a detecção e a resposta a ameaças, acelerando o tempo de reação e reduzindo a carga de trabalho da equipe de segurança. Além disso, ele foi projetado para fornecer insights acionáveis, permitindo que as organizações identifiquem e mitiguem proativamente as ameaças antes que elas causem danos.

Limitações do XDR:

Pronto para ter um único fornecedor de Cibersegurança?

Comumente ofertado como sinônimo de automação, facilidade de uso e inteligência artificial, o XDR também apresenta algumas limitações. Uma delas é a complexidade de implementação e integração com sistemas existentes de uma organização. É preciso que sejam contratados diversos módulos da ferramenta e instalados agentes de monitoramento nos dispositivos que precisam ser observados. A integração de dados de várias fontes nem sempre é possível, uma vez que os fabricantes determinam tabelas de compatibilidade, criando uma possível gaiola tecnológica e gerando dependência de um único fornecedor. O termo utilizado para essa limitação é o “vendor lock-in”, impactando diretamente na flexibilidade e escolha da organização em termos de tecnologia e serviços de segurança cibernética.

Automatizado sim, mas nem tanto. A automação em soluções XDR requer uma compreensão detalhada do ambiente de rede e das políticas de segurança da organização, bem como a criação e manutenção de scripts e workflows automatizados. É preciso conhecer muito bem o parque computacional e o negócio da empresa para não gerar impacto nas funcionalidades dos recursos do ambiente. Caso não seja feita essa descoberta e esse hardening, é bem provável que os recursos de segurança e automações se concentrem apenas no processo de “detect”, em vez de prevenir efetivamente as ameaças.

Outro fator limitante da solução é que geralmente a capacidade de armazenar informações é bem inferior em comparação com um SIEM. O armazenamento do XDR tende a ser mais limitado e focado em dados relevantes para análises em tempo real. Isso significa que o XDR pode não ser a melhor opção para organizações que precisam manter registros extensos de atividades de segurança para fins de conformidade, investigação forense ou análise histórica.

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Entendendo os papéis e as limitações de cada um, fica evidente que as soluções não são antagônicas, elas se complementam para aumentar a cobertura do ambiente.

Abaixo, cito algumas razões pelas quais o SIEM ainda é necessário e não pode ser totalmente substituído pelo XDR:

  1. Ampla Cobertura de Fontes de Dados: O SIEM é projetado para coletar e correlacionar dados de segurança de uma ampla variedade de fontes, incluindo logs de sistemas, redes, aplicativos e até mesmo dados de contexto empresarial. Essa capacidade de integração com várias fontes de dados é essencial para uma visão abrangente da postura de segurança da organização, algo que o XDR pode não oferecer na mesma extensão.
  2. Conformidade e Auditoria: O SIEM é amplamente utilizado para auxiliar na conformidade com regulamentações de segurança, como a LGPD, o GDPR ou PCI DSS. Ele pode analisar logs e eventos para garantir que as políticas de segurança estejam sendo seguidas e gerar relatórios para demonstrar conformidade. Essa funcionalidade é essencial para organizações que precisam atender a requisitos regulatórios específicos.
  3. Análise de Longo Prazo e Investigação Forense: O SIEM é ideal para análises de longo prazo e investigações forenses, pois armazena grandes volumes de dados por longos períodos de tempo. Isso permite que as equipes de segurança retrocedam no tempo para investigar eventos passados e identificar padrões de atividade suspeita, algo que pode ser mais desafiador com o XDR, que geralmente mantém menos dados históricos.
  4. Personalização e Flexibilidade: O SIEM é altamente personalizável e pode ser adaptado às necessidades específicas de uma organização. Ele permite a criação de regras e políticas personalizadas para a detecção de ameaças e a geração de alertas. Essa flexibilidade é importante para organizações que precisam de soluções de segurança adaptadas às suas infraestruturas e requisitos exclusivos.
  5. Integração com Ferramentas de Segurança: O SIEM pode integrar-se a uma ampla variedade de ferramentas de segurança, como firewalls, sistemas de detecção de intrusões e antivírus, para fornecer uma visão unificada da postura de segurança da organização. Essa integração é essencial para garantir que todas as ferramentas de segurança trabalhem em conjunto de forma eficaz.

SIEM, apesar de suas limitações, continua sendo necessário e não pode ser totalmente substituído pelo XDR. Sua capacidade de integrar diversas fontes de dados, auxiliar na conformidade regulatória, realizar análises de longo prazo e investigações forenses, além de sua flexibilidade e integração com outras ferramentas de segurança, são aspectos que o XDR, por si só, não consegue oferecer completamente.

Assim, a melhor abordagem para a segurança cibernética é a combinação estratégica de ambas as soluções, aproveitando ao máximo suas vantagens para proteger efetivamente os ativos da organização contra ameaças cada vez mais robustas.

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